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Adaptação: O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei

O Livro
A terceira parte de O Senhor dos Anéis fecha todas as pontas soltas da narrativa. Frodo, Sam e Gollum finalmente chegam a Mordor. Aragorn resolve aceitar de vez seu destino grandioso, e os fiéis companheiros Gimli e Legolas o acompanham por um caminho que nenhum homem jamais tomou. Gandalf e Pippin, após um incidente idiota com um Palantír, vão para Gondor, tentar preparar o terreno para a guerra que se aproxima. E Merry, deixado para trás em Rohan junto com Éowyn, não desistirá de participar dos eventos que mudarão seu mundo.

Enquanto em Gondor a tensão é seguida pela guerra, o trio de desesperados que adentra Mordor recebe cenas tocantes e também aflitivas. Sam nunca foi tão herói. Frodo nunca esteve tão cansado.
Mas o livro tem tempo para tudo, desde batalhas épicas até o único romance que aparece nas páginas da história em si.
Os capítulos finais podem parecer um pouco arrastados após tanta ação, e eu ainda não me decidi sobre The Scourge of the Shire, mas dá pra entender o clima de fim de festa depois de tanta coisa pelo que passamos durante a leitura. O livro termina com uma explicação de quem o escreveu e deixa o último portador do anel na Terra Média feliz com a esposa e os filhos.

Uma conclusão digna para o mais famoso livro de fantasia medieval de todos os tempos.

O Filme 
Enquanto os dois primeiros da trilogia impressionaram por sua ambientação e pelo grupo de atores competentes que o formou, esse recebeu aclamação da crítica ao ser indicado a 11 Oscar. O Retorno do Rei é um dos maiores sucessos de público e crítica de toda a história do cinema, e não é difícil ver porque. A batalha de Helm’s Deep é fichinha perto do que os realizadores fizeram com esse filme. O desespero de Frodo e Sam frente à escuridão de Mordor e a luta em frente às muralhas de Minas Tirith são apenas algumas cenas tocantes do filme, que ainda contém a canção de Pippin como a melhor cena de todos os três filmes juntos, Legolas destruindo um Olifante e Aragorn chegando nos navios corsários.
Um espetáculo visual dos melhores, O Retorno do Rei foi bem sucedido ao concluir a trilogia que revolucionou o mundo da fantasia nos cinemas.

Livro x Filme
Ok. Vamos começar pelas partes boas.
Algumas invenções do roteiro ficaram impecáveis, como a canção de Pippin já citada. As batalhas do filme são realmente fabulosas. Arwen recebe mais tempo de tela (peitos!) para justificar o romance dela com Aragorn, e na cena em que os dois se encontram para a coroação tudo é perdoado.
Ian McKellen está o máximo como sempre, Sam segura as cenas de Mordor com o pé nas costas e Merry e Pippin finalemente deixam para trás o papel de comic relief. Denethor, um dos poucos personagens novos do filme, interpretado pelo velho gênio de Fringe, é um espetáculo à parte. Gostei muito da interpretação dele e do destaque que ele deu ao personagem.
Mas.
Era uma vez que eu ouvi falar que na versão estendida do DVD tinha uma cena que chamava “As Casas de Cura”. Como uma das minhas cenas favoritas do livro é quando Éowyn e Faramir, dois dos personagens mais fodas, se apaixonam nas ditas casas, não descansei até conseguir por as mãos na versão estendida. Quem já teve a oportunidade de ver essas versões sabe que, enquanto As Duas Torres melhorou 50% (os outros 50% melhoraria se tivessem feito algo em relação ao papel idiota do Barbárvore), O Retorno do Rei não ganhou nada de mais.
Ou seja. Continua faltando uma das melhores cenas do livro, com meus personagens favoritos.
Fora isso não acho que tenha acontecido tanta coisa que prejudicou o filme. The Scourge of the Shire foi tirado, e eu acho que gostei mais assim, mas Shelob começa o filme, e não sei se gostei disso.
Quanto a comentários mais particulares, Elijah Wood parece que se cansou de atuar e ficou permanentemente com a expressão de coitado plantada na cara. No livro, ele acha forças e maturidade nas cenas finais, e quando ele finalmente se revolta é bem mais assustador do que o chororô que o filme mostra na Montanha da Destruição.
Quanto às minhas outras reclamações, quase tudo que foi idiota nos outros filmes foi meio que resolvido nesse: Gimli não tem tempo de fazer palhaçada, Merry e Pippin recebem papéis mais sérios, Faramir tem cenas boas, apesar de não ter a melhor, e a cena da Éowyn-I-am-no-man ficou legal, apesar da idiotice com a espada de Merry.
Porque vamos combinar. No livro, sabemos que a espada de Merry é especial para matar nazgûls. No filme nada disso é dito, e temos o maior fodão de todos os vilões sendo morto por uma espadjenha de hobbit.
Forra erros crassos como esse, o filme sobrevive muito melhor do que o segundo, e a sensação de revolta pela adaptação não chegou a me sufocar.
Uma vitória para o mundo do cinema.


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